CULTURA DIGITAL E MODOS DE SUBJETIVAÇÃO
O DESVANECER DA EXPERIÊNCIA NO TEMPO LIVRE
Resumo
A presente pesquisa objetivou analisar os impasses que recaem na experiência subjetiva frente à intensificação do uso das novas tecnologias no tempo livre. Esta assume os critérios de uma pesquisa de natureza qualitativo-descritiva, através de uma análise hermenêutico-dialética. Como técnica para aplicação e verificação do conhecimento científico foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturada. A entrevista foi aplicada em seis indivíduos na faixa etária de 24 à 33 anos de idade. Ainda que as novas tecnologias produzam avanços necessários à ciência e conduzam a satisfações e maiores facilidades no cotidiano das relações a pesquisa buscou, contudo, discutir os aspectos objetivos e subjetivos que retrocedem às questões ditas humanas já que ecoa, ainda, as diversas perdas qualitativas no modo de vida da sociedade atual. Torna-se importante o reconhecimento das questões que atestam a realidade social e constitui a subjetividade, para melhor compreensão do que envolve o sofrimento do indivíduo, para que à atuação da psicologia não seja baseada somente numa lógica própria do indivíduo, inatista, mas também nos determinantes históricos intrínsecos em sua constituição meio a sua historicidade. Os resultados indicam que a produção de indivíduos automatizados pela indústria cultural, acentuada pela intensificação do uso das novas tecnologias no tempo livre atesta, como consequência, o empobrecimento de experiências capazes de contribuir para a formação de uma subjetividade diferenciada. Com o rebaixamento de estímulos que se voltem à criatividade e ao espontâneo, meio aos meios de distração tecnológicos, há também um rebaixamento da capacidade de reflexão crítica. Palavras-chaves: Experiência; Subjetividade; Novas tecnologias; Tempo livre; Teoria Crítica da Sociedade.
Publicado
2017-07-17
Seção
ARTIGOS INÉDITOS