USO DE CARBAPENÊMICOS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO EM UM HOSPITAL DE CURVELO MINAS GERAIS

  • Stefânie Caroline Rocha de Oliveira Faculdade Ciências da Vida
  • Liliane Cunha Campos da Mata

Resumo

Os carbapenêmicos (CRO) são considerados as mais recentes linhas de defesa contra infecções por microrganismos multirresistentes, no entanto o desenvolvimento de bactérias multirresistentes a esta classe medicamentosa tem prejudicado o tratamento farmacológico, levando ao aumento da permanência em internações hospitalares. Diante do exposto o presente estudo tem como objetivo geral caracterizar o uso de carbapenêmicos em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto, com base em uma pesquisa de campo, documental, quantitativa, descritiva. Foram analisados 21 prontuários de pacientes que estiveram internados entre os meses de julho a dezembro de 2015. Sendo possível constatar que 71,43% dos casos, o medicamento não foi a primeira linha de terapia, na maioria dos casos são usados outros antimicrobianos antes de iniciar a terapia com CRO. Verificou-se ainda que as hipóteses diagnósticas indicativas para o uso de CRO foi o tratamento de sepse (32,56%), seguido de infecções relacionadas ao trato respiratório (30,23%), infecções do trato urinário (20,93%). As demais indicações como tratamento de infecções intra-abdominal, infecções de pele e meningite somaram (16,28%). Todos os pacientes do estudo fizeram uso do carbapenêmico Meropenem endovenoso. A dosagem mais prescrita foi 1g, 85,71% e o intervalo de administração da dose mais usado foi de 12 em 12 horas, 47,62%.  Quanto à evolução dos pacientes verificou-se que 61,9% evoluíram para óbito.  Conclui-se que o uso de carbapenêmicos na UTI adulto em um hospital de Curvelo Minas Gerais foi realizada de maneira segura e cautelosa por parte dos funcionários do hospital, ainda assim o índice de mortalidade é relativamente alto.

Biografia do Autor

Stefânie Caroline Rocha de Oliveira, Faculdade Ciências da Vida
Estudante de Farmácia, cursando o 10° período. Submeterá o artigo a revista no momento, referente ao Trabalho de Conclusão de Curso. E, posteriormente referente a novas pesquisas realizadas na área da saúde.
Liliane Cunha Campos da Mata
Farmacêutica, Doutora em Patologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora do curso de bacharelado em Farmácia na Faculdade Ciências da Vida (FCV).

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Publicado
2017-07-17