Posições subjetivas de adolescentes negros referidas à negritude

Resumo

Quais as posições subjetivas de adolescentes negros, de um bairro periférico de Sete Lagoas/MG, referidas à negritude? É esta a pergunta que sustenta a produção deste artigo, que se justifica considerando a possibilidade de sua escritura oferecer aportes teóricos ao debate técnico-científico, com recorte racial, sobre os adolescentes, bem como para a invenção ou melhoramento das intervenções da área psi com estes indivíduos, afora contribuir para fazer vacilar posições instituídas e escamoteadoras de história e subjetividade. Intenciona-se, com este artigo, expor e discutir posições subjetivas, de um grupo de adolescentes negros, referidas à negritude. Para tanto, realizou-se entrevistas individuais e coletivas e observação participante, com 12 adolescentes de 13 a 17 anos de idade, de ambos os sexos. Operou-se com os dados coletados por meio da análise do discurso, formulada por Orlandi, delimitando algumas marcas discursivas e trazendo à frente os sentidos e as proveniências que carregam, discutidas com aportes teóricos de Michel Foucault, Jacques Lacan e Frantz Fanon, no que concerne ao pensamento destes autores acerca da emergência do sujeito, enlaçados a estudos contemporâneos sobre o sujeito da negritude. Infere-se que os resultados apontam para posicionamentos dos adolescentes negros pesquisados, nos quais, a negritude é percebida e experimentada ora, como empecilho, produzindo autodepreciação e profecias de autofracasso, ora, como potência, fazendo recurso à inclusão e trânsito no contexto político e cultural. Palavras-chave: Posições subjetivas. Negritude. Adolescentes.