EMBARAÇOS NO DISCURSO DA MEDICALIZAÇÃO INFANTIL

CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE

  • Camila da Costa Pereira Faculdade Ciências da Vida
  • Pedro Lucio Duarte Faculdade Ciências da Vida

Resumo

Este estudo propõe analisar os discursos sobre medicalização infantil a partir da interface entre a psicanálise e a cultura, levando em consideração o sintoma como forma de expressão singular do sujeito. A medicalização ocorre quando a medicina se apropria do discurso moral e transforma as questões sociais em biológicas. Portanto a finalidade da pesquisa não é negar a eficácia dos recursos medicamentosos, mas questionar a generalização dos diagnósticos e do discurso científico que estabelece um modelo único de comportamento para todas as crianças. Buscou-se como objetivos específicos, analisar os impasses da medicalização infantil a partir de uma perspectiva ideológica, fazendo uma diferenciação entre o discurso da psicanálise e da psiquiatria e ainda, compreender a função da psicanálise dentro das instituições escolares. A pesquisa se desenvolveu de maneira qualitativa, por meio de uma pesquisa bibliográfica descritiva. Foi feito a análise de conteúdo a partir do aparato psicanalítico que teve como resultados o relato de alguns fragmentos de casos clínicos retirados do livro “Preconceitos no cotidiano escolar: Ensino e medicalização”. Contudo, se o fracasso escolar surge diante de um efeito da relação aluno e professor a partir de uma lógica que implica as relações de poder, o estado, a família, o discurso capitalista e a ciência, a psicanálise aposta que uma saída para esses desencontros e embaraços discursivos, seria a possibilidade do sujeito produzir um saber próprio sobre aquilo que o afeta.   Palavras-chave: Medicalização Infantil. Psicanálise. Sujeito. Social.        
Publicado
2018-03-21