FILOGENIA MOLECULAR DA GLICOPROTEÃNA (G) E FILODINÂMICA DO VÃRUS DA RAIVA
Resumo
A raiva é uma zoonose de infecção aguda, sem tratamento que acomete os mamÃferos. Seus relatos são datados há décadas e desde então vem se tornando um grande problema de saúde pública, para diversos paÃses do mundo inclusive no Brasil. O vÃrus da raiva (RABV) é composto por uma fita simples de RNA, o genoma tem aproximadamente 12kb, e é constituÃdo por cinco proteÃnas (N, P, L, M e G). O estudo da filogenia e epidemiologia foi proposto para identificar e estabelecer relações entre os isolados do RABV no mundo. O objetivo foi realizar análises das sequências de nucleotÃdeos do RABV a fim de estabelecer uma relação filogenética entre as estirpes brasileiras com isolados de outros paÃses. Foram selecionadas 57 sequências nucleotÃdicas do banco de dado Genbank e alinhadas utilizando o ClustalW, as árvores foram reconstruÃdas usando o método de Neighbor-Joining, com bootstrap de 100 repetições. As análises filogenéticas foram desenhadas através do MEGA 6.06. Os resultados evidenciaram que a glicoproteÃna apresenta a maior variabilidade genética, sendo a distribuição geográfica e os hospedeiros fatores importantes para construção da relação filogenética entre as amostras. Através desse estudo foi possÃvel verificar a similaridade e a variabilidade genética da glicoproteÃna (G) de amostras isoladas no Brasil e no mundo, observando também que o hospedeiro e a distribuição genética são relevantes na manutenção da doença.Referências
ABELA-RIDDER, Bernadette et al. 2016: the beginning of the end of rabies? Atmetric. v. 4, n.16. p.780-1, 2016.
ABREU, Nilza A.C.; CRIZÓSTOMO, Cilene D. Perfil epidemiológico do cliente no atendimento antirrábico humano em Teresina-PI. Revista Interdisciplinar, v.7, n.2, p.103-111, abr/jun, 2014.
ANDRADE, Bruno F. M.C. Avaliação da indicação do tratamento Antirrábico humano em relação à situação Epidemiológica da doença. 2014.f. 58. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal, Medicina Veterinária Preventiva e Produção Animal) - Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖. Faculdade de Medicina Veterinária Campus de Araçatuba– UNESP. São Paulo.
ASTRAY R. M et al. Rabies vaccine development by expression of recombinant viral glycoprotein. Archives Virology. São Paulo, p.3128-9, 2016.
BATISTA, Helena B.C.R. Caracterização antigênica e Molecular de isolados e desenvolvimento de testes sorológicos para detecção de anticorpos contra o vÃrus da raiva. 2011.f.81. Tese de Doutorado em Ciências Veterinárias- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Veterinária. Porto Alegre
BABBONI, Selene D.; MODOLO José R. Raiva: Origem, Importância e Aspectos Históricos. UNOPAR Cientifica Ciências Biológicas e da Saúde. p. 349-356, 2011.
BARROS, Hugo Vigerelli de. Estudo do possÃvel efeito de alcalóides obtidos a partir da secreção cutânea de Rhinella jimi e R.icterica na penetração do vÃrus da raiva em células de mamÃfero mediado pelo receptor nicotÃnico de acetilcolina. 2013. f.93. Dissertação (Mestrado em Taxinologia). Curso de Pós-graduação em Toxinologia do Instituto Butantan. São Paulo.
BERNARDINO, Thaissa C. Expressão da glicoproteÃna rábica utilizando pseudopartÃculas virais. 2015.f. 99. Dissertação de Mestrado em Biotecnologia – Universidade de São Paulo, Instituto Butatan. São Paulo.
BRANDÃO, Raul E. L. VÃrus e RetrovÃrus. Contributo para a Evolução das Espécies. 2015. f. 61. Dissertação de Mestrado em Ciências Farmacêuticas - Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto.
BRASIL. Situação Epidemiológica da Raiva. 2015. DisponÃvel em: < http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/752-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/raiva/11431-situacao-epidemiologica-dados>. Acesso em: 18 nov. 2016
BUTHELEZI S.G. et al. The Lyssavirus glycoprotein: Akeytocross-immunity. Virology v.498 p.250–256, 2016.
CALDAS, Eduardo Pacheco de. VI Seminário do dia Mundial contra a Raiva.
DisponÃvel em:< http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/wrd2013/situacaoepidemiologicadaraivanobrasileduardo.pdf > Acesso em: 25 mai. 2016.
CAMPOS, A.C.A. Estudo da variante do vÃrus da raiva mantida por populações do morcego hematófago Desmodus rotundus. Tese (Doutorado em Biotecnologia - área de concentração Biotecnologia). Curso de Pós-graduação Interunidades em Biotecnologia. Universidade de São Paulo/Instituto Butantã/ IPT. 2011.
CALDART, E.T. et al. Análise filogenética: conceitos básicos e suas utilizações como ferramenta para virologia e epidemiologia molecular. Acta Scientiae Veterinariae. Londrina, v. 44, p.1392, 2016.
DIVE, Diretoria de Vigilância epidemiológica. Raiva Animal. DisponÃvel em: < http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/zoonoses/publicacoes/Manual_de_Coleta_para _Raiva.pdf > Acesso em: 06 Abr. 2016.
FAHL, Willian O. Marcadores moleculares para a patogenia de vÃrus da raiva: relação entre perÃodos de incubação, carga viral e os genes codificadores das proteÃnas virais P e L. 2014. F.84. Tese de Doutorado em Ciência Animal – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. São Paulo.
FELSENSTEIN J. Confidence limits on phylogenies: An approach using the bootstrap. Evolution v.39, p.783-791,1985.
GARCIA, Andrea I. E. et al. Phylogenetic analysis of rabies virus isolated from herbivores in Minas Gerais and São Paulo border (2000-2009), Brazil
Pesquisa Veterinária Brasileira, v.34 n.12, p.1196-1202, dez.2014.
GLUSKA S. et al. Receptor-mediated increase in rabies virus axonal transport. Neural Regeneration.v.10, n.6, p.883-4. Jun/2015.
GOMES, A. P.et al.Raiva humana. Revista Brasileira Clinica Medica. São Paulo,v.10, n.4, p.334-40. Jul/Ago. 2012.
GRENFELL, B.T. et al. Unifying the epidemiological and evolutionary dynamics of pathogens. Science. p.327-333, 2004.
HALL, T. A. BioEdit: a user-friendly biological sequence alignment editor and analysis program for Windows 95/98/NT. Nucleic Acids Symposium Series, v.41, p.95-98. 1999.
KANITZ, Fábio A. et al. Epidemiologia molecular de surto de raiva bovina na região central do Rio Grande do Sul, 2012. Ciência Rural, Santa Maria, v.44, n.5, p.834-840, mai., 2014.
KOBAYASHI,Yuki et al. Isolation of a phylogenetically distinct rabies virus from a tufted capuchin monkey (Cebus apella) in Brazil. DisponÃvel em: http://dx.doi.org/10.1016/j.virusres.2013.09.020 Acesso em: 16 nov 2016.
KAUR M. et al. Rabies vaccines: where do we stand, where are we heading? Expert Revinew Vaccines. v.14, n .3, p.369–381, 2015.
MARTINS, Greice Kelly Menezes. BaculovÃrus como vetor para expressão da glicoproteÃna do vÃrus da raiva em células de inseto e de mamÃfero e analise transcricional de células infectadas com vÃrus da dengue. 2011.f.106.Dissertação (Mestrado em Patologia Molecular ) - Faculdade de Ciências e Saúde, Universidade de BrasÃlia. BrasÃlia.
MARTINS Viviane B. et al. Avaliação do Diagnóstico Laboratorial do Programa de Controle da Raiva Urbana no Rio de Janeiro, Brasil entre 2002-2011. Revista Vigilância Sanitária Debate. Rio de Janeiro, v.3, n.3, p.56-63, 2015.
MEHTA S. et al.Molecular characterization of nucleoprotein rabies virus gene from Maharashtra, India. Journal of Postgraduate Medicine .v.62, n. 2, p.105-108, Apr/Jun 2016.
MENEZES, BasÃlio M. Caracterização Molecular de isolados do VÃrus rábico dos estados do RN, PB e P. 2013.f.65. Dissertação de Mestrado em Ciências Animal. Universidade Federal Rural, Campus Mossoró. Rio Grande do Norte.
MONTEIRO, Daniella C.V. Purificação e imunigenicidade da glicoproteÃna do vÃrus da raiva (RVGP) expressa pelos sistemas células s2 e Semliki Forest VÃrus. 2014. 2014.f. 138.Tese de Doutorado em Biotecnologia. Universidade de São Paulo, Instituto Butantã. São Paulo.
MOUTINHO, Flavio F.B. et al. Raiva em morcego não hematófago em área urbana do MunicÃpio de Niterói – RJ. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, v. 22, n. 2, p. 99-102, abr/ jun., 2015.
OIE.World Organization for animal Health. DisponÃvel em: http://www.oie.int/en/animal-health-in-the-world/rabies-portal/about-rabies/ Acesso em: 04 mar. 2016.
OLIVEIRA, R.N. Modos e tempo de evolução em linhagens do vÃrus da raiva (RABV) mantidos por reservatórios aéreos e terrestres com base em genomas completos. 2014.f.137. Tese de Doutorado em Ciências Animal- Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. São Paulo.
PORTAL BRASIL. Brasil é exemplo na erradicação da raiva animal e humana no mundo. 2012. DisponÃvel em < http://www.brasil.gov.br/saude/2012/10/brasil-e-exemplo-na-erradicacao-da-raiva-animal-e-humana-no-mundo> Acesso em: 06 abr. 2016.
PORTAL DA SAÚDE. Raiva: análise da situação Epidemiológica da Raiva no perÃodo de 2011 a 2016. DisponÃvel em: <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/maio/27/Informe-epidemiol--gico-raiva.pdf > Acesso em: 25 mai. 2016.
RODRIGUES LuÃs L.et al. Rhabdoviridae . 2007.In: FLORES, Eduardo F.Virologia Veterinária. Santa Maria. Editora UFSM. 2007. p.691-718.
SAITOU,N.; NEI, M. The neighbor-joining method: A new method for reconstructing phylogenetic trees. Molecular Biology and Evolution.v.4, p.406-425. 1987.
SILVA, L. A. et al.Raiva em animais silvestres. CientÃfica Univiçosa, v.3, n.1,p. 265-270, jan/dez. 2013.
STEELE, J.H. History of rabies. In: Baer GM.The natural history of rabies. New York: Academic Press, p.1-29. 1975.
TAMURA K., et al. Prospects for inferring very large phylogenies by using the neighbor-joining method. Proceedings of the National Academy of Sciences (USA),v.101, p.11030-11035, 2004.
TAMURA K, et al.MEGA6: Molecular Evolutionary Genetics Analysis version 6.0.Molecular Biology and Evolution. v.30, n.12.p.2725-9.Dec/2013.
THOMPSON, J. D. et al. CLUSTAL W: improving the sensitivity of progressive multiple sequence alignment through sequence weighting, position-specific gap penalties and weight matrix choice. Nucleic Acids Research.v.22, n.22,p.4673–4680.1994.
TORRES C.et al. Phylodynamics of vampire rabies in bats-broadcast in Argentina Molecular Ecology.v. 23, n. 9, p.2340-2352, 2014.
ZHU, Shimao; GUO, Caiping. Rabies Control and Treatment: From Prophylaxis to Strategies with Curative Potential. Viruses. China, v. 8, n.11, p.279, 2016.