HUMANIZAÇÃO NO PROCESSO DE PARTO E NASCIMENTO

IMPLICAÇÕES DO PLANO DE PARTO

  • Danilo Costa Silva Junior Faculdade Ciências da Vida
  • Milene Silva Rodrigues Faculdade Ciências da Vida
  • Kleyde Ventura de Souza

Resumo

O papel de protagonista das mulheres no processo de parto e nascimento implica o fortalecimento e/ou adoção de novas lógicas na assistência à saúde. Para tanto, considera-se relevante reconhecer a importância da autonomia das mulheres no processo de parto e nascimento. No que se refere ao período e à assistência pré-natal, em especial, a preparação para o parto e para a maternidade é de suma importância. Uma das estratégias para fortalecer sua autonomia está a elaboração pela mulher de um plano de parto, que deve ser respeitado pelos profissionais que a assistem. O plano de parto é um instrumento realizado pelas mulheres com o propósito de refletir sobre o seu parto e definir suas escolhas. Trata-se de uma recomendação da Organização Mundial da Saúde, e, no Brasil, inscreve-se como uma das ações do paradigma da humanização do parto. O seguinte estudo objetivou-se em analisar as contribuições da realização do plano de parto. Trata-se de pesquisa exploratória, descritiva de abordagem qualitativa, em que se utilizou o recorte da pesquisa “Construindo estratégias para o fortalecimento e o resgate da autonomia das mulheres no processo de parto e nascimento", desenvolvido por meio de rodas de conversa com gestantes inscritas no sistema de pré-natal (SIS Pré-Natal) em Belo Horizonte/Minas Gerais. O presente estudo foi realizado no período puerperal das participantes que elaboraram seu plano de parto no período pré-natal. Para a coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturada, no período de janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Foram entrevistadas 30 mulheres, escolhidas de forma intencional entre as participantes do estudo principal. Para a análise dos dados, seguiram-se os passos da análise temática de conteúdo. Foram considerados como critérios de inclusão gestantes, cadastradas nas unidades pesquisadas e gestantes que participaram das rodas de conversa. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, sob o nº 462.748 e pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) com o parecer n° 508.446 e edital FAPEMIG 07/2012. A pesquisa obedeceu aos aspectos éticos, conforme Resolução nº 466/2012 CNS/MS. Os resultados dessa pesquisa mostraram que o plano de parto influencia positivamente no processo de parto e em sua finalização. As mulheres participantes relataram ter seus desejos consentidos e/ou discutidos, além de perceberem maior respeito dos profissionais em relação ao cuidado no processo de parto e nascimento, respeito à sua individualidade e integridade corporal. Para as mulheres do estudo, esta prática permitiu-lhes sentirem-se mais confiantes e seguras, dando-lhes força e produzindo experiências de parto positivas. No entanto, sentimentos de frustração diante do não atendimento às demandas e necessidades das mulheres foram também identificadas. A humanização do parto como legitimidade política da reivindicação e a defesa dos direitos das mulheres na assistência ao nascimento ainda apresenta lacunas, bem como a legitimidade referida à participação das mulheres precisa ser fortalecida na atenção ao parto e nascimento, especialmente, no cuidado durante o pré-natal.   PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem. Educação em saúde. Humanização da assistência. Autonomia Pessoal. Cuidado pré-natal.
Publicado
2018-04-25

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